sábado, 30 de julho de 2011

A MORTE DE JOHN STOTT - UMA REFLEXÃO EM MEIO A DOR.

Quando convidei o expositor e teólogo Dr. Russell Shedd, para ser o preletor oficial do nosso Congresso de Teologia, Sociedade e Fé na cidade de Tubarão Santa Catarina foi algo muito gratificante, pedagógico e terapeutico. Em nossas muitas conversas sobre teologia, eclesiologia, igreja brasileira, bioética, liderança bíblica e exposição eloquente da Palavra, mencionamos o nome do amado expositor bíblico anglicano Johm Stott.

Stott, foi um lutador obstinado pela profunda exposição da Palavra de Deus. Seus livros tem a marca do fidelismo bíblico e da aplicação sincera e genuína da palavra de Deus para a nossa geração.

A igreja comprometida com a Bíblia em todo mundo, perde um servo de Deus compromissado com o Reino de Cristo. A notícia da morte de Stott, fez lagremejar os nossos olhos em virtude do seu exemplo, humildade, profundidade e retidão.

Aos 90 anos de idade, Stott encerrou a sua carreira aqui na terra. Fontes dizem que ele morreu nesta quarta-feira na sua casa dentro de uma comunidade para aposentados do clero anglicano que fica no sudoeste da Inglaterra.

Alguns dizem que ele estava cercado de amigos que estavam lendo a Bíblia e ouvindo o Messias de Handel, quando ele morreu. O Dr. John Stott, iniciou a sua carreira pastoral em 1945 e pastoreou até 2007 a igreja All Souls em Londres.

Dono de um vigor intelectual, Stott escreveu mais de 50 livros que vem ao longo dos anos abençoando a igreja em todo o mundo. Um dos seus livros mais conhecido que foi escrito em 1958 que é o livro Cristianismo Básico já foi traduzido para mais de 60 idiomas, isso mostra o tamanho de sua influencia no mundo da cristandade.

Stott, era anglicano, mais seu carisma, seu compromisso com Deus e sua Palavra atravessou os atrios anglicanos e abençoou toda uma comunidade cristà que via nele um representante do Reino de Deus entre os homens, de fato como diz o apóstolo Paulo Ele foi um embaixador de Cristo.

Quem não se encanta em ler os livros de Stott? Quem não é desafiando em ler os seus comentários? Quem não fica pasmo em perceber sua integridade e profundidade?

Ele foi uma voz para muitas gerações. Ele colocou várias vezes o dedo de sua pregação em nossos pecados denominacionais e íntimos. Ele abriu muitas vezes clareras para nós enxergarmos melhor as maravilhas da Lei de Deus.

Não podemos esquecer também que John Stott junto com Billy Graham, foram ícones do famoso Pacto de Laussanne de 1974 que influenciou toda uma geração aqui no Brasil e também no mundo. Somos também gratos ao Bispo Anglicano Robinson Cavalcanti em se esforçar para fazer Stott conhecido em solo brasileiro. Muitos são hoje os livros de John Stott publicado em portugués, eu partircularmente tenho todos os seus livros.

O último livro que John Stott publicou eu recebi de presente da Revista Ultimato de Viçosa (MG), em virtude do congresso de teologia, sociedade e fé que eu fui o coordenador. Quero encerrar meu tributo a Stott com uma reflexão do seu último livro " O Discípulo Radical".

Neste livro Stott, trabalha oito degrais da sua caminhada que é de suma importancia. 1) Inconformismo 2) Semelhança com Cristo 3) Maturidade 4) Cuidado com a criação 5) Simplicidade 6) Equilibrio 7) Dependencia 8) Morte.

Stott, ao escrever seu último livro salienta: "Assim, meu propósito neste livro é considderar oito características do discipulado cristão que, apesar de serem frequentemente negligenciadas, merecem ser levadas a sério".

No primeiro ponto abordado por Stott que é o incorformismo, ele brada dizendo: "Não devemos preservar a nossa santidade fugindo do mundo, nem sacrificá-la nos conformando a ele".

No segundo ponto abordado por Stott "Semelhança com Cristo" ele afirma: " Gostaria de compartilhar o que tem feito minha mente descansar ao me aproximar do fim de minha peregrinação pela terra. É o seguinte: Deus quer que o seu povo se torne como Cristo, pois semelhança com Cristo é a vontade de Deus para o povo de Deus'.

No terceiro ponto abordado por Stott " Maturidade", ele afirma: Ser maduro é ter um relacionamento maduro com Cristo, no qual o adoramos, confiamos nele, o amamos e lhe obedecemos". "Assim, se queremos desenvolver uma maturidade verdadeiramente cristã, precisamos, acima de tudo, de uma visão renovada e verdadeira de Jesus Cristo - principalmente de sua supremacia absoluta, da qual Paulo fala em Colossenses 1.15-20".

No quarto ponto abordado por Stott "Cuidado com a Criação", ele afirma: " A terra pertence a Deus por causa da criaçào e a nós por causa da delegação". "Deus nos deu a responsabilidade de preservar e desenvolver a terra em seu favor". " Devemos evitar a deificação da natureza. Devemos evitar a exploração exaustiva da natureza, por fim o relacionamento correto entre os seres humanos e a natureza é o de cooperação com Deus. Nós mesmos fazemos parte da criação e somos tão dependentes do criador quanto todas as criaturas".

No quinto ponto abordado por Stott "Simplicidade", ele afirma: " A quinta característica de um discípulo radical é a simplicidade especialmente em questões que envolvem bens e dinheiro". " Todos os cristãos dizem ter recebido de Jesus Cristo uma nova vida. Mas qual o estilo de vida certo?" "Jesus nosso Senhor nos convoca a abraçar a santidade, a humildade, a simplicidade e o contentamento. Ele também nos promete seu descanso. Confessamos, entretanto, que ás vezes permitimos que desejos impuros pertubem nossa paz interior. De maneira que, sem a renovação constante da paz interior. De maneira que, sem a renovação constante da paz de Cristo em nossos corações, nossa ênfase no viver simples será desequilibrada".

No Sexto Ponto abordado por Stott " Equilíbrio", ele afirma: " Somos chamados tanto para o discipulado individual quanto para a comunhão corporativa(...). Adoração e trabalho (...), peregrinação e cidadania".

No sétimo Ponto abordado por Stott, " Dependência", ele afirma: " Os chamados teólogos seculares da década de 60 defendiam audaciosamente que a humanidade havia atingido a maioridade e que, nessas circunstâncias, poderíamos dispensar Deus. Todavia, essa chocante declaração durou pouco, pois a verdade é que somos pecadores; somos dependentes de Deus, de sua misericórdia e de sua contínua graça. Tentar viver sem ele é justamente o que significa pecado. Além disso, também precisamos uns dos outros'.

Por fim no Oitavo Ponto abordado pelo senhor John Stott, ele fala da "MORTE". Stott salienta " A oitava e última característica do discipulado radical é a morte. Deixe-me explicar. O cristianismo oferece vida - vida eterna, vida em abundância. Porém, ele deixa claro que a estrada para a vida é a morte". " Vida por meio da morte é um dos mais profundos paradoxos da fé e da vida cristã".

Em seu último livro "O Discípulo Radical", publicado pela Editora Ultimato, Stott se despede da igreja cristà em todo mundo. Pós- Escrito: Adeus!

" Ao baixar minha caneta pela última vez ( literalmente, pois confesso não usar computador), aos 88 anos, aventuro-me a enviar essa mensagem de despedida aos meus leitores. Sou grato pelo encorajamento, pois muito de voces me escreveram. Mas uma vez, adeus!


Artigo escrito pelo pastor Carlos Augusto Lopes
Em homenagem ao amado irmão Dr. John Stott, pela sua contribuição
No Reino de Deus.

Um dia nos encontraremos

Pastor Carlos Lopes
Teólogo e pós graduando em História Social

2 comentários:

Pedro Antunes disse...

oii, gostei muito do seu blog.
Entre no meu e veja se gosta também e seja nosso seguidor, vlw

www.hatesosweet.blogspot.com

Anônimo disse...

Todos nós devemos fazer alguma coisa (boa) por um mundo melhor. Por mais insignificante que seja, devemos.

Escrever é uma forma de agir nesta direção. Se uma pessoa ler a sua ideia, e gostar, certamente irá refletir e passar adiante.